sábado, 22 de março de 2014

Que loucura é essa de dizer que ainda sonha?

Oi, Juliana.

Hoje eu não começo com o meu habitual "Oi ornitorrincos" ou "Oi ornitorrincos lindos" porque na verdade o que eu estou escrevendo hoje não é para vocês. Não é pra ninguém além de mim.

É claro que antes de mais nada eu deveria atualizar vocês e principalmente explicar essa ausência enorme. Vocês puderam ver a minha confusão nos últimos posts e, acredito eu, o amadurecimento dessa poia que vos fala. Mudei, ornitorrincos. Não acho que tenha mais nada que sintetize o que aconteceu comigo e o que está acontecendo.

Alguns podem até não acreditar, mas eu deixei a data do aniversário do blog passar em branco de propósito. No dia 4 de março completou-se quatro anos de mistérios, bobagens, histórias e uma coleção de sentimentos que passou direto do meu coração para a telinha de vocês.

Essa "celebração" tardia é como eu. Por ser perdida. Confusa. Descaminhada.

Quem me acompanha sabe da minha história, dos problemas que enfrentei de queixo erguido. Quem me conhece sabe da força que tudo isso me deu, da coragem que eu tive que desenvolver, do amor a minha vida que eu sempre coloquei na frente de qualquer outro sentimento ruim, mesmo nos momentos mais difíceis e dolorosos.

Só que não é todo mundo que sabe que  eu tenho o meu limite. Tem horas que eu só preciso desabar. E não, ainda não aprendi a fazer isso com alguém. E sim, mais uma vez eu recorro ao meu refúgio chamado "Mistérios de Juliana".

Só que hoje é diferente. Eu não busco conforto e nem direção. É claro que qualquer amigo meu é mais que bem vindo para me ajudar, mas eu não peço por isso. O meu único objetivo com esse post é clarear a minha cabeça e saber ajudar a mim mesma.

Vou explicar.

Eu fiz cursinho no ano passado, desde agosto, pra prestar Unicamp. Adivinhem! Midialogia, pra variar. Passei pra segunda fase em um ano em que apenas 13,4% dos inscritos passaram e a partir daí continuei no cursinho, fui nas aulas de janeiro (dia 2 às 7 horas da manhã eu já estava em Campinas).

Mas fiquei em 63º lugar.

Foi por pouco, ornitorrincos.
Muito pouco.

E como eu tinha me inscrito em outra faculdade pelo Sisu, me matriculei e estou aqui, em Itajubá. Unifei. Federal.

Tá bom né?
"Federal? Tá ótimo!"
"Não esperava menos de você, Juliana."

É... Só que EU esperava MAIS.

Nem foi um mês direito de aulas e eu já me sinto incomodadíssima. Alguém por favor me corrija, mas Administração não tem absolutamente nada a ver comigo. Ou melhor: não me corrijam. Sou eu quem deve decidir quem eu sou e o que eu faço. O problema é que parece que só eu penso assim.

Não me entendam mal, ninguém está me obrigando a ficar aqui, apesar de a sensação é que eu realmente esteja aqui forçada. Mas tudo que eu ouço se resume a mais ou menos: "Faculdade federal", "5 estrelas", "um dos melhores cursos do país", "você vai sair daí empregada aonde quiser", "cidade boa", "graças a Deus você passou aí, o curso que você queria antes não ia te levar pra lado algum" e derivados.

Mas será que tem alguém que saiba me ler?? DE VERDADE. Que pudesse olhar nos meus olhos e perceber que nada disso importa, nada disso vai fazer diferença pra mim. Eu não quero, eu não preciso trabalhar na maior multinacional de todas, não é o meu objetivo de vida ser uma grande empresária e fazer mais dinheiro do que a minha vista pudesse enxergar. Nada disso é relevante.

E essa sou eu pensando alto. Na mais realista das visões, eu me vejo subordinada a pessoas que desprezo e sendo obrigada a lidar com coisas nas quais eu não acredito.

Detesto as áreas, não sei lidar com gente e nem com dinheiro. Não me interessa o campo. E como já fui informada, o cerco só vai apertar daqui pra frente. Nada me tira da cabeça que vai ficar cada vez mais difícil eu me interessar por o que quer que fosse. E todo mundo parece se interessar tanto!

Quando estou aqui, eu me vejo como mais uma pecinha desse tabuleiro chamado sociedade.
Aqui, me sinto mais um.

Ah, e Deus sabe que eu não sou só mais uma. Sempre soube disso. O que eu quero mesmo saber, é a que preço você se torna "alguém na vida. Quando você pode dizer que é bem sucedido? Depois de servir de capacho? Tem gente que bate no peito ao dizer que já foi muito humilhado nessa vida pra conseguir chegar aonde chegou. Que tipo de orgulho é esse?

Nem meu pai e nem a minha mãe fizeram mais do que a quarta série. Eu quero ver quem tem a garra que eles tem, a força. A "capacidade de administrar em momentos de incerteza" que eu tanto ouvi falar nesse último mês. E como eu cooperei pra que existisse momentos de incerteza na vida deles.
E sempre cabeça erguida. E sempre uma boa educação para mim e para a minha irmã. Lógico que eu entendo a preocupação deles para me ver formada em um curso "que me leve aonde eu queira ir, que me faça ganhar bem".

Só que não sei.

Não dá.

Eu tenho sorte porque não estou buscando ser alguém na vida. Eu sou alguém. Me sinto importante e sei do meu valor. Por isso sei que as habilidades que esse curso requisita não são as que eu tenho.

Nunca me senti tão podada.

Eu sou uma artista, não uma administradora. Quero me apresentar na frente de muitas pessoas cantando e atuando, não falando sobre um estudo sem sentido para minha vida. Tenho a alma cheia notas musicais, não de estratégias.

Sou, acima de tudo, livre.

E aqui me perco, aqui estou longe de tudo que eu deveria estar buscando, de onde eu deveria estar.

Já me disseram que eu estava perdendo meu tempo querendo Midialogia. Agora sim eu sinto que estou perdendo tempo. Meu sonho está pairando sobre mim, como se eu não pudesse vivê-lo. Como se eu fosse apenas sonhar, para sempre.

Como se buscar por um emprego estável fosse mais importante.

Ah, por favor. Acho que vocês me conhecem melhor que isso.

Eu me conheço BEM melhor que isso.

E ainda assim, não sei o que fazer.

Um beijo, ornitorrincos. E feliz... Bem... Feliz 22 de março.

3 comentários:

  1. Siga o seu coração. Dance na chuva!
    Ele é imenso... Ela lava a alma!

    Haverá um dia em você não haverá de ser feliz...
    Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz,
    Sentirá o ar sem se mexer,
    Sem desejar como antes sempre quis,
    Você vai rir... sem perceber,
    Felicidade é só questão de ser,
    Quando chover... deixar molhar...
    Pra receber o sol quando voltar.
    Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz,
    Se chorar, chorar é vão,
    Porque os dias vão pra nunca mais...

    (Refrão)
    Melhor viver meu bem,
    Pois há um lugar em que o sol brilha pra você,
    Chorar, sorrir também e depois dançar na chuva
    Quando a chuva vem.

    Melhor viver meu bem,
    Pois há um lugar em que o sol brilha pra você,
    Chorar, sorrir também e dançar,
    Dançar na chuva quando a chuva vem.

    Tem vez que as coisas pesam mais
    Do que a gente acha que pode aguentar,
    Nessa hora fique firme pois tudo isso logo vai passar,
    Você vai rir... sem perceber...
    Felicidade é só questão de ser,
    Quando chover... deixar molhar...
    Pra receber o sol quando voltar.

    (Refrão)
    Melhor viver meu bem,
    Pois há um lugar em que o sol brilha pra você,
    Chorar, sorrir também e depois dançar na chuva
    Quando a chuva vem.

    Melhor viver meu bem,
    Pois há um lugar em que o sol brilha pra você,
    Chorar, sorrir também e dançar,
    Dançar na chuva quando a chuva vem.
    Dançar na chuva quando a chuva vem.
    Dançar na chuva quando há chuva,
    Dançar na chuva quando a chuva vem.

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    Respostas
    1. Ai Claudinha... Muito obrigada... Essa música sempre me faz bem *-* Apesar de o meu coração estar sempre confuso, eu vou segui-lo sim, só não sei como e quando! Eu tenho muitas coisas a considerar antes de qualquer coisa :/

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